sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Constante despedida


     Os dias que antecedem a data em que se comemora o dia em que nasci, arrebatam-me de mim, transportam-me para o nostálgico quadro de tudo o que vivi e levam-me para a esperançosa "nebulosa" do que ainda está por vir.

     E nesses momentos singelos de reflexão, intensifica-me a sensação de que o tempo está a correr, a me moldar, modificar, e "amadurecer/envelhecer". Tempus Fugit (ecoa a voz do Rubem em minha mente), Carpe diem, seize the day, boys. Make your lives extraordinary!! (ouço/vejo o professor John Keating falando intensamente). E de repente sinto-me e vejo-me tão contente, revivendo a constante despedida do viver, este que arrebata-me, encanta-me e despede-se a cada novo entardecer.

            
           
  
                                           

    Então sigo como quem já descobriu a efemeridade do tempo, e a preciosidade das horas, pois ele corre e não se demora. Abro meus olhos e observo tamanha beleza ao meu redor, vejo a declaração de amor constante que faz o Amigo Criador e alegro-me imensamente por saber que jamais estive só. Tamanho é o encanto da Criação, que dedico-me a admirar, mesmo sem compreender, o esplendor de Seu Coração.

    E vou percebendo a dádiva do viver, e vivo como quem busca captar o máximo de detalhes, antes do profundo adormecer.


O vento por mim jamais passa desapercebido, 
Toca-me o rosto, fecha-me os olhos e arranca-me o riso. 
Aprecio o céu desperto, admiro o céu adormecido, 
Encanto-me com o céu radiante, e  descanso no céu sem brilho.
Acompanho as árvores que dançam ao vento, 
A canção dos pássaros e a poesia que despertam em meus pensamentos.
Vejo rostos, histórias em um olhar,
O cuidado expresso em gestos, 
E o amor que não precisa de palavras para se mostrar.
Sinto a gota, mergulho no horizonte, 
Admiro-me com o detalhe e a imensidão que transportam-me para longe.
Apaixono-me pelos livros, 
Os bilhetes e as cartas, 
Os poemas, histórias reais e inventadas.
Ouço as notas, viajo com as melodias,
Cresço na canção,
De todas as artes, é ela a música, 
Que arrebata por inteiro o meu coração.

     Viver é uma dádiva, mas esse sonho é breve, logo passa, vai com o tempo, e este... ah, este tem passos leves... Como escrevera Mário Quintana:


"Quando se vê, já são seis horas! 

Quando de vê, já é sexta-feira! 

Quando se vê, já é natal... 

Quando se vê, já terminou o ano... "


Quinta-feira, 13 de Novembro de 2014

Cíntira's Castle  





domingo, 25 de maio de 2014

Tempus...



E lá se vai...

Parece até que caminha,
Nessa aparente calmaria,
Mas, não acredite...
Pois ele Fugit!!

De repente, não mais que de repente,
Escorreu pelos dedos,
Ausente está das mãos,
Deixou lembranças, levou medos,
Amadureceu o coração...

Um segundo, um suspiro,
Um minuto, uma imensidão,
Uma hora, um reflexo,
Uma semana, uma distração,
Um  mês, uma brevidade,
Um semestre, uma eternidade,
Um ano, uma efemeridade...

E nessa relatividade,
Lá se foi dançando o ponteiro...
Parada frente ao reflexo que dia após dia visualizo no espelho,
Foi então que me veio:

O tempo foge, modifica-me e corre!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Amigos do Vento...




O mundo? ah, o mundo é imensidão,
É vastidão de possibilidades,
São inúmeros seus vales de infindáveis belezas,
E sua complexidade de detalhes...

E nós? nós somos tão pequenos diante do mundo,
Sonhamos por natureza,
Despreparados diante da vida,
Almejamos da imensidão do mundo, a sua leveza.

Na companhia do amigo Criador,
Carregamos um peito que grita a vontade de viver,
De se encantar desvendando os mistérios,
E apenas descansar ao adormecer...

Atentos, colhemos Beleza do sol que se põe,
 Logo mais apreciamos as estrelas,
E em silêncio ouvimos a melodia da lua que se expõe...

Somos amigos íntimos do vento,
Ele que brinca com nossos cabelos,
Nos toca a face,
E leva nossos pensamentos...

As constelações se admiram refletidas
No espelho de nossas almas,
E a poesia em nossa presença
Encontrou Casa.

Das matas somos desbravadores,
Da beleza, somos caçadores,
Estamos Atentos, Somos atentos,
Espectadores do espetáculo que faz a vida,
Sujeitos atuantes das cenas mais bonitas,

Somos mesmo passageiros de um tempo que foge,
Mas somos intensos e aproveitamos o dia que corre,
Carpe Diem, meu caro Amigo.
E por fim, confesso-te:
Faz-me bem compartilhar do teu riso.

Cíntira's Castle




terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um dia.


Hoje acordei distante, pensamento repousava longe...
Levantei sem despertar do sono, sem abandonar o sonho,
E vivi o meu dia à sonhar,
Mas qual era mesmo o sonho?
Não conseguia me lembrar...
Foi um dia feito madrugada adormecida,
Observava de longe a vida,
Em transe, era um não estar em mim,
Estava ao vento, junto ao pensamento,
Por aí...
E refugiei-me em um canto alto de minha Cidade,
Sentei em um banco e apenas senti o fim de tarde,
Fim Alegre, claro, azul, bege.
E por fim: Breve.
E foi ali, ao sol de um entardecer
Que meu pensamento me encontrou,
E o vento o deixou para apenas passar por mim,
Brincando, tocando a face,
Me deixando ligeiramente feliz,
Intensamente em mim.
Agora sentia tudo tão próximo e aconchegado
Meus olhos detalhistas captavam tudo,
Do azul ao dourado.
E eu, eu me senti grata por viver,
Senti a paz de estar em Par com o Criador.

E tudo continuou Belo e Breve.

                                                                   Leve.


- Cíntira's Castle e o Amigo Criador -     Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2014.