terça-feira, 30 de abril de 2013

' E uma xícara de café...


                                                              Edward Hooper-1927 Automat

Este frio me congela a alma lentamente
A começar por minhas mãos,
E o meu semblante se vai
Mirando esta xícara de café
Fonte do único calor que sinto,
Lá fora os carros percorrem as ruas
Ruas da cidade que reluz,
E no alto da avenida 
Posso ver meu apartamento
Escuro e frio,
Onde passo madrugadas longas
Com um livro, Pintando uma tela
E automaticamente
Debruçando em uma das janelas...
Quanto ao piano no canto da sala,
Sinto seu abandono
Fiz do silêncio minha sinfonia...
Mas, aqui nessa cafeteria
Ainda soa ópera
Em um rádio sintonizado,
E da rua... O som dos carros,
Enquanto apenas aprecio 
Mais uma xícara de café.

Cíntira's Castle - Vivendo uma tela de Edward Hooper
O poder de imaginar é mesmo um presente da vida.



2 comentários:

  1. Será que ele ainda vai vir?
    Já passa das 2 da madrugada e nada...
    Ele me esqueceu, tenho certeza.
    Não, impossível! Eu sei que ele me ama.
    Seus poemas, seus presentes, seus carinhos, seus olhares - sim, ele me ama!
    Ou talvez... tenha fingido todo esse tempo...?
    Só queria mais uma conquista na sua lista?
    Um Don Juan desonrado?
    Não, não, eu teria percebido, claro que teria...

    ...será que fiquei cega de amor?
    Como sou tola!
    Ele tem outra, está óbvio! Me usou apenas para mostrar aos amigos, seu círculo de amigos boêmios.
    Cafajeste!

    Mas ele nunca pareceu ser desse tipo. Haverá de ser um ator extraordinário de performance impecável...

    ...ora, isso não tem cabimento.
    Estou imaginando coisas - sim, estou. Ele sempre foi tão amoroso, sincero, dedicado. Um amor tão grande quanto o meu. Ele vai chegar, eu sei que vai. Deve ter acontecido algum imprevisto...

    ...o trem atrasou pois o máquinista se recusou a trabalhar, revoltado com o dinheiro que perdera apostando no cavalo favorito, que ficou em último na corrida - quem imaginaria!?
    Seria a história típica de um mal mentiroso.

    ...ou quando estava chegando na estação, uma senhora de muita idade passou mal e lhe gritou socorro. Como ele é muito prestativo, com certeza ajudou a mulher e a deve ter levado ao hospital.
    Mas há tanta gente na estação, porque haveria de ser ele mesmo a levá-la?

    Que tolice a minha, tentando me ludibriar!
    Quero me convencer a acreditar que ele não me abandonou.

    O café esfriou.
    Cansei de esperar.
    Vou deixar um bilhete em cima da mesa.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom vivenciar essas possibilidades que a imaginação nos permite!

    ResponderExcluir